Um em cada quatro eleitores não votou em ninguém
Se somarmos voto nulo, voto em branco e abstenções chega-se a cifra de 25,19% de eleitores que não escolheram ninguém. O maior percentual foi o de abstenções, mais de 18%. Vejam os dados:
· eleitorado apurado 135.802.735 (100,00%)
· eleitorado não apurado 1.698 (0,00%)
· total 111.192.908
· votos válidos 101.589.387 (74,81%)
· votos brancos 3.479.332 (2,56%)
· votos nulos 6.124.189 (4,51%)
· abstenção 24.609.827 (18,12%)
Talvez esteja aí parte da explicação do segundo turno. Se metade dos que se abstiveram tivesse votado, seguindo a mesma distribuição dos votos, Dilma estaria eleita. Mas provavelmente seus eleitores, apesar de serem simpáticos a candidatura, não se empolgaram o suficiente para ir até a urna.
Abstenção e Voto Nulo
Para os que defendem o voto nulo a abstenção também sugere outra idéia, óbvia. O voto nulo foi pro espaço com advento da urna eletrônica. Acabou a liberdade de escrever o que se bem entende num pedaço de papel. Quem quer votar nulo hoje em dia tem que ter certos conhecimentos e realizar um procedimento totalmente sem graça e protocolar. Com a urna eletrônica boa parte da população sente vergonha de votar nulo, a pessoa se sente burra, como se “errasse na máquina”.
Por fim, os partidos perceberam que podem capitalizar o voto nulo com os Tiriricas da vida. Ou ele não é a encarnação do Cacareco, do voto de protesto, da crítica à “palhaçada”?. E assim, o sistema minimizou, tornou sem graça e capitalizou o voto nulo. O “voto nulo” em Tiririca elegeu mais uns 3 ou 4 pilantras nada nulos.
Para quem deseja protestar talvez o melhor caminho seja a simples abstenção: dá menos trabalho e depois basta você ir até o cartório eleitoral e acertar as coisas, a multa é irrisória (pelo menos até agora...tomara que eles não abram o olho...se é que já não abriram...) e você pode ir até dois meses depois sem nenhuma fila. Eles te reabilitam e legalizam, precisam de você de novo na próxima eleição.
Uma esquerda minguando...
Falo de PSOL, PSTU, PCB e PCO. PT e PV não são esquerda, são apenas o que existe, fala sério!
Tudo bem que prá mudar um país não devemos seguir critérios eleitorais, não é preciso 50% mais um prá mudar as coisas. E aí velhos argumentos como – Quem muda o mundo foram sempre as minorias! podem confortar a esquerda.
Mas sejamos francos: não é a maioria que muda, mas também não são seitas quase invisíveis. Vejamos os números finais para Presidente:
DILMA | PT | 47.649.079 | 46,91 | |
JOSÉ SERRA | PSDB | 33.130.514 | 32,61 | |
MARINA SILVA | PV | 19.636.000 | 19,33 | |
PLÍNIO | PSOL | 886.800 | 0,87 | |
EYMAEL | PSDC | 89.346 | 0,09 | |
ZÉ MARIA | PSTU | 84.609 | 0,08 | |
LEVY FIDELIX | PRTB | 57.958 | 0,06 | |
IVAN PINHEIRO | PCB | 39.134 | 0,04 | |
RUI COSTA PIMENTA | PCO | 12.206 | 0,01 |
O PSOL ficou abaixo de 0,9%. Fez uma campanha sincera, mas o resultado é desalentador. Heloísa Helena teve cerca de 6% na última eleição e a maioria de seus votos migrou prá Serra no segundo turno. Eram os votos “éticos” da classe média. Nessa eleição eles foram direto prá Marina e Serra e deixaram Plínio como o “velhinho engraçado”, porém inofensivo.
PSOL, PSTU e PCB nem mesmo conseguiram sair numa mesma chapa consumidos por disputas “internas” (embora pelo tamanho dos partidos não exista muito “dentro” nesse caso...) E o PCO... bem o PCO ...o que é o PCO...uma piada pronta saída de um museu de arte do “realismo socialista”.
O resultado é que o PSTU perdeu do Eymael, O PCB e PCO perderam do “aerotrem” do Levy Fidelix!
A votação do PSTU, 0,08%, não elege nem deputado; a votação do PCB, 0,04%, e do PCO, 0,01%, nem vereador; e a esquerda toda mal ultrapassou 1 milhão de votos. Perdeu dos brancos perdeu dos nulos. É uma esquerda menos que branca, menos que nula. E o pior é que isso é sério.
Não se trata de um “erro tático”, do tipo – Se saíssemos juntos seria diferente! Porque não mudaria grande coisa. O debate entre os candidatos da esquerda reuniu menos de 50 pessoas, e metade deveria ser de jornalistas.
Muitos vão resmungar e dizer que eu estou medindo as coisas por critérios eleitorais-burgueses, como se houvesse uma grande força social e política em todos esses partidos que não pôde se revelar nas eleições. Façam o que quiserem, sigam tapando o sol com a peneira.
Há algo de podre nesse reino da Dinamarca que não vai parar de feder enquanto não for encarado. Quem tem medo de mexer na podridão que tape o nariz e siga como está, o odor só piora com o tempo e você se torna parte dele cada vez mais.
Por hoje é isso, a maldita frieza dos números numa segunda feira nublada e quase chuvosa.
Só acrescentar que não considero a campanha do Plínio (PSOL) "sincera". Achei ele muito ruim, compexo e, muitas vezes, insistindo que PT e PSDB é a mesma coisa, ou seja, ajudando a confundir ainda mais a cabeça do eleitor.
ResponderEliminarResultado é vergonhoso. Parece que teve menos voto em SP do que o Ivan Valente.
A Ética da HH ficou para trás, além da Luciana no RS. Tem mais, os defensores da ética e da moral acabaram sendo vítima da lei que defenderam, pois o Paulo Bufalo, ao que me consta, teve sua candidatura embargada (lindo, não?)
boa correção
ResponderEliminarEntão o Sicílio chama voto nulo? Abstenção? "Eles são todos a mesma coisa"? Seria o Rocco um pragmático da "campanha além do voto", das "nossas urgências não cabem nas urnas", um ativista da COB? Eleitor de protesto do Tiririca? Qual a posição de fato, além da constatação (meio clara pra toda esquerda) da inviabilidade "socialista" nas eleições?
ResponderEliminarSegue um link com a defesa de Martiniano Cavalvante, PSOL Goiás, à aliança "estratégica" com o PV. Divirtam-se:
http://www.youtube.com/watch?v=3HbUm4rxJsA
http://www.youtube.com/watch?v=jDiIGWBNie8
"Não é possível a idéia de que seja viável colocar o socialismo no debate eleitoral. Não há correlação de forças possíveis para isso."
a posição de Sicilio Rocco na vida não é das melhores, nas eleições dos males os menores, Dilma no 2 turno, é que resta.
ResponderEliminarMaldade explica Martiniano do PSOL votando PV com motivo: sente falta do lado direito....
ResponderEliminarSicilio, "Uma esquerda minguando" ficou excelente. Em cima da pinta. PSTU, PCB e PSOL deveriam reavaliar seus projetos à luz de sua invisibilidade política e eleitoral.
ResponderEliminarsabemos que não é por meio de eleições que daremos conta de uma agenda mínimamente mais justa, mas não vejo outra forma que não seja juntar todas as forças de esquerda: a estratégia dos quatro partidos; PSOL, PCO, PCB, PSTU, usar o tempo eleitoral para por na agenda do dia temas que são ridícularisados pela grande mídia eu acho valido! des que não fique só de 02 em 02 anos! e ainda por cima na tv!
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