11 de junho de 2010

América do Sul goleia Europa no futebol!

Não se trata de nenhum ufanismo sul-americano. São apenas números, positivamente neutros eu garanto.

A população da Europa é de 745 milhões de habitantes, a da América do Sul de 304 milhões (dados de 2006)

São 46 países europeus e apenas 12 na América do Sul.

O PIB do velho continente, somente na União Européia chega perto dos 13 trilhões de dólares, do sulamericano mal chega a 3 trilhões de dólares.

Desnecessário listar mais dados para comparar o poderio dos dois continentes. Mas quando se trata de futebol, embora a Europa abrigue os torneios e clubes mais poderosos, a América do Sul detém a supremacia. Sim! É isso! Mesmo com times milionários, craques galácticos, mesmo levando nossos melhores jogadores, eles ainda perdem.

Se o futebol guardasse alguma relação com o tamanho da população (quantidade pode produzir qualidade?) a Europa deveria ter 2 vezes e meia mais campeões do que a América do Sul!

Se o futebol guardasse alguma relação com o tamanho das economias continentais (dinheiro produz campeões?) a Europa deveria ter 4 vezes e meia mais campeões do que a América do Sul!

Mas abandonemos o “se” e vamos aos números.

O mundial interclubes é disputado desde 1960 entre o melhor da Europa e da América do Sul. Desde então foram 49 edições.

Você que fez a conta não estranhe, são 49 mesmo e não 48 como diz a tola matemática, isso porque a idônea FIFA considera que em 2000 tivemos dois campeões: O Boca Jrs. que ganhou o mundial, e o Corinthians que ganhou a Libertadores...Ops! Que não ganhou a Libertadores mas foi convidado a participar de um torneio de verão chamado de mundial....deixa prá lá...faz de conta que o Corinthians é campeão mundial....vamos esquecer isso e voltar ao que importa sem provocações.

Como eu ia dizendo foram 49 edições desde 1960. 25 delas foram ganhas por times sul-americanos (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e só). 24 foram ganhos por Europeus.

Nas decisões do mundial, desde 1980, é escolhido o melhor jogador. Foram 31 edições desde então. Em 17 oportunidades o escolhido foi de um time europeu, contra 14 vezes dos sul-americanos. Mas olhando com mais atenção as coisas não são bem assim.

Das 17 vezes em que o melhor jogador foi de um time europeu, nada menos do que 8 eram de origem estrangeira!

- 2009 Messi, do Barcelona: argentino

- 2007 Kaká, do Milan: brasileiro

- 2006 Deco, do Barcelona: brasileiro (português?)

- 2004 Maniche, do Porto: haitiano (português?)

- 2002 Ronaldo, do Real Madrid: brasileiro

- 2001 Kuffour, do Bayern Muniche: ganês (alemão?)

- 1990 Frank Rijkaard, do Milan, do Suriname (holandês?)

- 1987 Madjer, do Porto, argelino.

Refeitas as contas temos 5 sul-americanos, 1 centro americano e 2 africanos entre os “europeus”. Sobram 9 europeus “legítimos”...os demais “matéria-prima” importada da periferia para o centro, tudo dentro do nosso velho colonialismo.

Pois é, eles não ganham tanto sem nós...

Enfim, os números da Copa do Mundo.

Rigoroso empate: 9 copas ganhas por sul americanos (5 do Brasil, 2 da Argentina e 2 do bravo Uruguai) contra 9 copas para a Europa (4 da Itália, 3 da Alemanha, 1 da Inglaterra e 1 da França)

Ou seja, os europeus controlam a FIFA, sediaram mais da metade das Copas, tem mais estrutura, melhor nível de vida e mesmo assim só empatam com a pobre América do Sul.

É como se a América do Sul ganhasse de pouco ou empatasse com a Europa “jogando” apenas com meio time, e isso para mim é quase como golear.

Porém, a importação de jogadores da periferia já chegou às seleções. Alguém acredita que a França de 1998 ganharia sem os filhos de imigrantes negros e árabes? Zinedine Zidane não é nome típico da França, mas da colônia Argélia.

Nessa copa teremos brasileiros espalhados por diversas seleções, até mesmo na Alemanha teremos Cacau, alemão naturalizado. Assim com a economia européia só arrancou com “capital inicial” latino-americano, os times e seleções parecem precisar de sangue da periferia para dar algo mais.

Um dos encantos do futebol (ignorado por aqueles que só enxergam alienação no esporte) parece ser justamente esse poder de subverter a lógica, até mesmo a do poder financeiro que o envolve.

Quem sabe as surpresas que essa Copa trará...

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