5 de janeiro de 2011

Poema amargo de ano novo adocicado


Esse mar de Santos, de água turva,
areia fina e escura suspensa n’água,
que mesmo quando limpo,
sempre parece sujo;

Esse mar que tanta bosta já reciclou,
que tão maltratado já foi,
mas que resiste,
e apesar de tudo,
torna os dias melhores
e nossa vida mais leve;

Desse mar velho de guerra vou abusar,
pedir um favor a mais:

Tu que já levou tanta bosta pra alto mar,
leva essa bosta do meu 2010,
essa que um dia comi como carne nobre,
essa que terminou como matéria podre.

Só mesmo o mar prá dissolver essa bosta,
e prá vida reciclar.

E assim prometo em 2011,
deixar-lhe oferenda melhor.